sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Revolving: um mistério bem conhecido


Termo desconhecido para muitos, este é um termo financeiro, que segundo um estudo da Cetelem, realizado em 2013, apenas 11,3% dos entrevistados portugueses conhecia.


Na verdade, revolving nada mais é que uma modalidade de crédito ao consumo, muitas vezes conhecida por reserva de dinheiro, crédito permanente ou crédito renovável, são tudo termos com o mesmo significado prático de Crédito Revolving.

Modalidades de Crédito ao Consumo


Crédito Pessoal
Financiamento com plano temporal de reembolso definido, em que o montante concedido, a duração do contrato e o valor das prestações são definidos no momento da contratação.

Crédito Automóvel
Financiamento à compra de automóveis novos ou usados, que inclui também a locação financeira (‘leasing’), o aluguer de longa duração (ALD) e os contratos com reserva de propriedade do veículo.

Crédito Revolving
São contratos “de duração indeterminada em que é estabelecido um limite máximo de crédito que o consumidor pode utilizar ao longo do tempo até esse valor limite”, conforme define o Banco de Portugal”. São exemplos de crédito ‘revolving’ os cartões de crédito e as facilidades de descoberto (associadas, por exemplo, às contas ordenado).

O crédito revolving é a modalidade de crédito mais cara, mas também a mais utilizada. O termo Revolving significa renovável, ou seja, é um crédito que se renova automaticamente sempre que for liquidado. Isto é, por exemplo, o que acontece com os cartões de crédito, em que é definido um limite mensal disponível, tal como uma data de liquidação do valor utilizado, em caso de reembolso, no mês seguinte manterá o limite mensal definido aquando a contratação.

Este tipo de crédito renovável é sobejamente utilizado pelas empresas, intitulado comumente por Conta Corrente, que permite facilmente fazer face a questões de liquidez, sem que para isso seja necessária toda a burocracia de constituir um crédito.

A grande vantagem deste tipo de crédito é a flexibilidade e a rapidez na aprovação. Permite ter determinada quantia, sem ter que passar outra vez pelo processo de solicitar um crédito e de esperar pela aprovação. O reembolso é flexível, podendo ser feito em prestações ou liquidado na sua totalidade.

Mas nem tudo são vantagens…
Este crédito tão simples de obter é caro, a TAEG (Taxa Anual Efetiva Global), ou seja, a taxa de juro com todos os encargos, tem como valor máximo 17,6%, valor fixado pelo Banco de Portugal. A elevada TAEG traduz precisamente o risco da instituição financeira em emprestar, crédito este com menos garantias comparativamente a outras modalidades.


Este tipo de crédito é, por outro lado, apontado como uma das principais causas do endividamento das famílias, que fazem deste tipo de crédito uso recorrente, ao invés de o reservarem para questões pontuais.

Vejamos um exemplo deste tipo de crédito que entra discretamente na vida da maioria dos Portugueses.
Muitas são as lojas ou cadeias que disponibilizam um cartão de pagamento exclusivo. Estes cartões dão acesso a descontos e portanto se confundem muitas vezes com cartões de fidelização, no entanto, nada mais não são que cartões de crédito. Se não vejamos o exemplo IKEA ou Auchan onde o cartão para além de acesso a descontos, permite definir uma modalidade de pagamento.

Em 2015 foram celebrados em média 112.226 créditos ao consumo por mês, onde cerca de 61,5% foram créditos revolving, sendo o montante médio contratado de 1.200 euros, segundo o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho de 2015.



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