sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Já conhece a nova Nota de 20 euros?


No passado mês de fevereiro no artigo Euro: Será que lhe damos a devida atenção? Descubra ainda o Tetris da Nota de 20 euros, já se dera destaque à nova nota de 20 euros, a qual entrou oficialmente em circulação no passado dia 25 de Novembro.
No entanto, talvez ainda não saiba que em Portugal foram produzidas 44 milhões de notas, pela empresa VALORA, S.A. – empresa detida a 100% pelo Banco de Portugal (BdP), que deu assim início à produção de notas da segunda série em Portugal.
Com a entrada em circulação desta nova nota, os cidadãos poderão continuar a utilizar a nota de 20 euros da primeira série, sem restrições, não sendo necessário trocar quaisquer notas, à semelhança do que se sucedeu com a introdução das novas notas de 5 e 10 euros.

A nota de 20 euros é a mais contrafeita, esta nova série tem novos elementos de segurança de forma a dificultar a falsificação.
Dados divulgados pelo BdP, revelam que na primeira metade deste ano, foram detetadas cerca de 450 mil notas falsificadas em circulação no eurosistema, das quais cerca de 249 mil eram notas de 20 euros.
Em Portugal a tendência mantém-se e, ao longo do mesmo período, foram retiradas 2.376 notas de 20 euros de circulação, num total de 4.096 notas.
O BCE sublinha que a autenticidade das notas é facilmente verificável através do método “tocar, observar e inclinar” abordado no artigo Euro: Será que lhe damos a devida atenção? Descubra ainda o Tetris da Nota de 20 euros.




Assim a nova nota de 20 euros serve propósitos de segurança, com a introdução do holograma com o rosto da Europa, a personagem da mitologia grega que originou o nome do continente. Os elementos que permitem verificar a sua autenticidade são seis:

1.   Impressão em relevo: tocando e deslizando os dedos pela frente da nota, sente-se, nas margens, uma série de pequenas linhas impressas em relevo. É possível sentir também o relevo no pórtico e na denominação do valor da nota, neste caso de 20 euros.
2.  Marca de água: observando a nota contra a luz, torna-se visível uma imagem esbatida, que apresenta um retrato de Europa, os algarismos representativos do valor da nota e uma janela;
3.   Número esmeralda: inclinando a nota, o número esmeralda apresenta um efeito luminoso de movimento ascendente e descendente. Dependendo do ângulo de observação, o número também muda de cor, passando de verde-esmeralda a azul-escuro.
4.   Holograma: inclinando a nota, a banda prateada exibe o mesmo retrato da Europa que a marca de água;
5.  Filete de segurança - observando a nota contra a luz, o filete de segurança apresenta-se como uma linha escura, onde se pode ver, o símbolo do euro (€) e os algarismos correspondentes ao valor da nota;
6.   Janela com retrato: Inclinado é possível ver o retrato da Europa na janela que está na banda do holograma.


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Poupar tem de ser um objetivo


Depois do artigo publicado a 30 de Outubro dedicado à Poupança (Poupanças vs Inflação), neste artigo a Poupança também será o alvo, contudo, desta vez damos destaque ao ciclo da poupança e quais as ferramentas que auxiliam a poupança.
Só é possível poupar se existir rendimento disponível que o permita, como tal é o rendimento obtido depois de descontado dos impostos obrigatórios, que potencia a poupança, mas também o consumo. Quanto maior o consumo menor o rendimento remanescente destinado para poupança. Consequentemente poupar pouco pode, por vezes, significar mais endividamento, por outro lado, poupar em excesso pode ter um impacto negativo na economia.

O dinheiro direcionado para a poupança pode assumir várias formas, entre elas:
  • Financiar as empresas, através dos mercados de capitais;
  • Financiar o Estado, através de instrumentos de dívida pública;
  •  Depósito em Bancos.

Esta última forma de poupança é sem dúvida a mais comum em Portugal, como destacado no artigo Poupanças vs Inflação.
A poupança sob a forma de depósitos possibilita que os bancos cedam mais crédito à economia, contudo esta relação, entre depósito e crédito à economia, nem sempre se verifica principalmente em períodos de crise financeira.

Se a relação entre depósitos e crédito funcionar como esperado as empresas terão mais acesso ao crédito a preços (juros) mais baixos, e como tal poderão expandir o negócio, crescer ou simplesmente assegurarem o seu funcionamento, propiciando, simultaneamente, a criação de emprego e de rendimento que permitirá às famílias poupar.
Claro que aumentando o rendimento das famílias será provável o aumento da poupança, mas também do consumo, logo se a procura de bens e serviços aumentar também os preços irão aumentar, e deste aumento surgirá a Inflação (tema de destaque nos artigos Poupanças vs Inflação e Criar dinheiro do nada). Este cenário é o mais desejado pelo BCE, contudo não existem medidas com impacto imediato na sua obtenção.

Independentemente do impacto para a economia, a poupança deve estar presente em todas as famílias, e portanto cada uma deve definir um objetivo de poupança, que pode passar pela compra de qualquer bem ou serviço ou simplesmente um fundo de emergência para fazer face a uma situação de desemprego, doença, etc.
"A poupança não deve ser apenas aquilo que sobra ao fim do mês. Se assim for nunca conseguiremos poupar. Poupar tem de ser verdadeiramente um objetivo e entrar em pé de igualdade com as despesas mensais da água, luz e gás", defende Natália Nunes, responsável do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado.

Depois do objetivo definido deverá escolher como aplicar a poupança, uma vez que existem várias possibilidades, desde depósitos, produtos financeiros, instrumentos de divida pública ou privada ou até mesmo o investimento em bens móveis ou imóveis.
Para ajudar a perceber quanto precisa de poupar para chegar ao seu objetivo e o tempo necessário para o atingir o Portal Todos Contam disponibiliza um simulador de poupança, que consiste numa ferramenta que permite simular diferentes cenários e verificar a respetiva evolução da poupança.
Contudo, conseguir poupar nem sempre é uma realidade ao alcance de todas as famílias, principalmente quando o rendimento nem sempre é suficiente para suportar as despesas básicas. Por outro lado, muitas famílias não o conseguem porque não fazem uma gestão racional dos seus rendimentos, gastando mais em telecomunicações do que em alimentação, o que desde logo indicia uma distorção na hierarquia de valores.
Um estudo levado a cabo pela DECO demonstrou que os gastos com alimentação surgem em quinto lugar, no top das despesas consideradas essenciais.

Adicionalmente, os níveis de poupança das famílias têm vindo a diminuir. Se há 20 anos, por cada 100 euros, os portugueses guardavam 12,5 euros, agora guardam apenas 5 euros segundo dados divulgados pelo INE para o segundo trimestre deste ano, valor bastante distante da média da zona euro que ronda os 12,8 euros.



Não existem receitas mágicas para poupar, mas existem hábitos de poupança e alguns até muito simples que ajudam a fomentar o crescimento de qualquer Poupança. Começando pelos pequenos hábitos que levam a pequenas poupanças diárias, mas que ao fim de um ano podem-se transformar em poupanças nada pequenas!

Alguns exemplos de poupança, que começam em casa, são:
·         Não deixar equipamento ligados à corrente quando não são necessários;
·         Não deixar equipamentos em stand by ou em modo de espera;
·         Optar pela tarifa bi-horária pode mostrar-se mais vantajoso, em alguns casos;
·         Utilizar lâmpadas economizadoras;
·         Optar por equipamentos com melhor classificação de eficiência energética;
·         Comprar produtos em 2ª mão;
·         Renegociar pacotes de telecomunicações e dívidas com os credores;
·         Utilizar a máquina de lavar só quando estiver cheia;
·         Colocar uma garrafa de 1,5 litros dentro do autoclismo;
·         Utilizar redutores nas torneiras (permite diminuir em 50% o consumo de água).

Mas a poupança não deve ficar só em casa, também quando saímos de casa conseguimos poupar, em situações como por exemplo:
·         Conduzir de forma mais suave e evitar o uso de ar condicionado (poupará litros de gasolina);
·         Utilizar os transportes públicos é (quase) sempre mais económico;
·         Dividir as despesas do automóvel com colegas do trabalho, é mais ecológico, mais barato e promove o convívio;
·         Procurar espaços de entretenimento gratuitos;
·         Levar refeições para o trabalho;
·         Ir às compras com uma lista e sem estar com fome;
·         Pedir sempre fatura com número de contribuinte propicia benefícios em IRS;
·         Fazer transferência via ATM evita custos cobrados se o fizer via balcão;
·         Planear as férias atempadamente permitirá usufruir de preços mais vantajosos;
·         Optar por medicamentos genéricos;
·         Aproveitar os descontos e ofertas que muitos sites oferecem ou divulgam (Forretas.com, Odisseias, Descontos e Amostras Grátis, SoBorlas.pt, entre outros).

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Poupanças vs Inflação



Um dos principais inimigos da poupança das famílias é sem dúvida a inflação, uma vez que 5.000 euros hoje não valem o mesmo que 5.000 euros daqui de um ano.
Mas em que consiste este inimigo denominado inflação? A Inflação nada mais é do que uma taxa que reflete o aumento do nível dos preços. Ou seja, é a média do crescimento dos preços de um conjunto de bens e serviços num determinado período.
Para explorar o conceito de inflação, o Banco Central Europeu (BCE), criou um jogo (clique aqui) que explora como as pessoas reagem à inflação e à deflação, onde podem se pode testar conhecimentos e tentar identificar os vários cenários de inflação.

https://www.ecb.europa.eu/ecb/educational/inflationisland/html/inflation_island.swf?width=1000&height=750&lang=PT


Dados avançados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) demonstram que, no passado mês de setembro, a inflação atingiu 0,9% em termos homólogos, o que se justifica, principalmente, pelo aumento do preço do vestuário e calçado. Por outro lado os transportes, o lazer, a recreação e a cultura têm visto os seus preços diminuírem. A nível europeu o cenário é diferente, tendo o EuroStat confirmado uma taxa de inflação para setembro negativa, de - 0,1%, estando portanto a Zona Euro perante uma deflação. A deflação ocorre quando a referida taxa reflete uma descida do nível de preços.
Em Portugal, como demonstra o gráfico infra, 2008 e 2014 foram anos marcados por deflação com -0,8% e -0,3%, respetivamente. Para 2015 espera-se que a taxa que reflete o nível de preços volte para terreno positivo com a previsão de inflação a situar-se entre os 0.5% e 2% no próximo ano e 1,3% em 2017, segundo previsões do Banco de Portugal (BdP).

Fonte: INE

Posto isto, caso exista inflação os 5.000 euros permitirão comprar menos bens e/ou serviços daqui a um ano, o que vem dar sentido à célebre expressão "o dinheiro vale cada vez menos".
É esta perda de valor do dinheiro que afeta as poupanças. Para contornar este efeito é importante a correta escolha de aplicações que permitam absorver este efeito e gerarem mais valor.
Neste artigo daremos destaque aos Depósitos a Prazo (DP), embora existam muitas outras tipologias de aplicações onde pode aplicar as suas poupanças.
Conforme se pode observar no gráfico infra, as poupanças dos portugueses, pelo menos as que se refletem através de depósitos a prazo, tendem a estabilizar ou até mesmo a reduzir a sua expressão, o que não surpreende, já que a motivação para o recurso a depósitos a prazo tem vindo a diminuir. Deixar dinheiro à ordem não é porém a melhor solução para gerir a poupança, por várias razões: primeiro porque mais facilmente se incorrerá na tentação de o gastar, segundo porque a inflação fará com que perca valor.
Contudo, como também se observa no gráfico abaixo, os anos de 2008 e 2011 foram anos de claro crescimento do montante aplicado em DP por particulares e com um ligeiro decréscimo do montante em depósitos à ordem.
Simultaneamente assiste-se a um aumento das taxas de juros médias remuneratórias dos DP nos anos de 2008 e 2011, o que pode, complementarmente, justificar o aumento do montante de depósitos impulsionados pela crise e pela retração do consumo.
Após 2011, ano em que se atingiu um crescimento de cerca de 90% face a 2010, tem-se vindo a assistir a uma queda das taxas de juros e, mesmo sem dados finais para 2015, é fácil antever que esta tendência se irá manter.

Fonte: BdP

Mas o que é um depósito a prazo?
Depósito a prazo é um contrato de divida, entre o banco (devedor) e o seu cliente (credor). Na prática quando constitui um depósito a prazo está a emprestar o seu dinheiro ao banco.
Diariamente são vários os DP que os bancos disponibilizam quer através dos balcões, quer através da Internet. Dada a vasta oferta deste tipo de aplicações, como deve escolher o DP mais adequado para si e em que banco realizar o depósito constituem as primeiras questões com que se depara. Pois bem, esta escolha está intimamente relacionada com o risco de subscrever determinado depósito, como tal, quanto maior a probabilidade de um banco ir à falência, maior é o risco. Adicionalmente, deve ter em conta que para atenuar este risco surgiu o Fundo de Garantia de Depósitos (FGD), que consiste num organismo público, que assegura o reembolso de depósitos, até ao limite máximo de 100 mil euros por depositante, caso a instituição financeira entre em dificuldade.
Depois da análise à saúde financeira das instituições financeiras, deve compreender que os depósitos a prazo não são todos iguais, residindo as diferenças no:
1     Montante – O montante a investir é definido pelo cliente, deve ter em conta que conforme o depósito este pode ter limite mínimo e máximo que varia de banco para banco e de depósito para depósito;
2    Prazo – Deve decidir por quanto tempo irá manter o dinheiro investido, quanto maior o prazo maior será (ou é expectável que seja) a taxa de juro associada. Cabe ressalvar que poderão existir penalizações caso esse prazo não seja cumprido;
3      Forma de pagamento de juros – Por norma os juros são pagos no final do contrato, contudo existem depósitos que efetuam o pagamento dos juros com outras periodicidades, desde mensal, trimestral, semestral ou anual;
4     Taxa de Juro ou TANB (Taxa Anual Nominal Bruta) – Consiste na remuneração efetiva de um depósito antes de impostos. A esta taxa serão deduzidos atualmente 28% de imposto para Portugal Continental e Madeira e 22,4% nos Açores. A remuneração líquida de imposto designa-se de TANL (Taxa Anual Nominal Líquida);
5     DP online vs DP Balcão - Apesar de ser ligeira a diferença, a verdade é que os depósitos online oferecem remunerações (TANB) ligeiramente superiores, principalmente em bancos de menor dimensão.
Deve ainda ter em conta que para puder subscrever um depósito a prazo junto de qualquer instituição financeira é necessário ter uma conta (Depósito à ordem) aberta, o que pode implicar custos associados. Uma Conta de Serviços Mínimos Bancários como vimos num artigo anterior, também permite a subscrição de DP.
Depois de analisadas as caraterísticas do DP é necessário compreender que se a TANL for inferior à taxa de inflação, significa que no final do prazo do DP terá um menor poder de compra do que aquele que tinha no momento da subscrição do DP.

É este o grande desafio que se coloca na escolha de qualquer que seja a aplicação que escolha para as suas poupanças. Acima de tudo, o que é fulcral é que esteja corretamente informado e que tenha poder de negociação que lhe permita obter as melhores remunerações.