É recorrente ouvir-se notícias sobre a importância das
exportações para a economia nacional. De facto as exportações constituem uma
alternativa complementar ao já saturado mercado doméstico, além de que são
essenciais ao equilíbrio da balança de pagamentos nacional que ano após anos se
apresenta deficitária.
Os fatores que influenciam a propensão para as exportações
das empresas têm sido amplamente debatidos, estando atualmente intrinsecamente
relacionados com as características da empresa, nomeadamente a dimensão, a
experiência, os recursos disponíveis ou a estratégia adotada.
Verifica-se que a dimensão da empresa influencia
positivamente a propensão à exportação, contudo é o investimento em
investigação e desenvolvimento e tecnologias de ponta que potência largamente o
efeito positivo nas exportações.
Relativamente à estratégia a adotar, é importante realçar
que, nem sempre exportar para muitos mercados significa um aumento das
exportações, podendo mesmo obter-se efeitos inversos nos lucros como consequência
de dificuldades organizacionais ou mesmo da distância, por exemplo. Note-se que
a opção pela entrada em vários mercados com o objetivo de aumentar as
exportações é uma estratégia meramente ao nível da empresa, não se verificando
ao nível regional.
De facto outros fatores têm sido, mais recentemente, alvo de
análise, nomeadamente a localização das empresas. Repare-se que a empresa ao
estar inserida numa região com forte internacionalização potenciará as suas
exportações individuais, independentemente da dimensão uma vez que beneficiará
de um aumento da competitividade, proveniente da presença de uma rede de networking entre as empresas
pertencentes ao mesmo setor na mesma região.
Note-se que este benefício é particularmente importante no
caso das PME, já que as grandes empresas têm capacidade suficiente de
desenvolver Know-how sem recorrer a
este tipo de networking. Os fatores
que mais potenciam as exportações das grandes empresas são o investimento em
investigação e desenvolvimento e em tecnologias de ponta, ou seja, no caso das
grandes empresas prevalecem as características individuais, podendo estas
empresas ser bem-sucedidas mesmo que o contexto socioeconómico da região onde
estão inseridas seja desfavorável. Quer isto dizer que pequenas e grandes
empresas não estão expostas ao contexto socioeconómico da mesma forma.
Bibliografia:
Giovannetti,
Giorgia; Ricchiuti, Giorgio; Velucchi, Margherita (2012) “Localization,
internationalization and performance of firms in Italy: a multilevel approach” Applied Economics