Até
2011, em Portugal, pouco se ouvira falar de rating da divida pública e,
portanto, muito poucos eram os que se preocupavam com as repercussões das
análises realizadas pelas agências de rating. A descida do rating soberano pela
Moddy’s, em julho do referido ano, à qual se seguiu a Fitch e a Standard &
Poor’s, foi o ponto de viragem, desencadeando a atenção da comunicação social e
tornando-se num dos assuntos mais comentados. A pouca importância dada às agências
e aos ratings que emitem justifica-se, em parte, pela sua influência não ser
considerada como relevante ou até mesmo algum descrédito no trabalho
desenvolvido pelas mesmas. Por esta altura, os títulos de dívida soberana
portuguesa eram classificados como Junk Bonds, o mesmo seria dizer que foi
desaconselhado o investimento, dada a elevada probabilidade de incumprimento.
Esta classificação de “lixo” da divida soberana portuguesa levou a uma maior
atenção para com o trabalho desenvolvido por estas agências. Pela primeira vez,
Portugal sentiu o poder das agências de rating, uma vez que a descida do rating
despoletou à subida das taxas de juros, obrigando a um reforço dos colaterais
nas dívidas contraídas externamente. A banca portuguesa, que à data encontrava-se
numa situação relativamente estabilizada após a minimização do problema gerado
pela crise de 2007, voltou a ver reduzida a sua liquidez junto dos mercados
externos. Depressa o país e as empresas portuguesas, tal como todo o povo
português compreendeu, da pior forma, o poder destas agências.
A
Standard & Poor’s elevou hoje, 20 de Março, a perspectiva
("outlook") do "rating" de Portugal de "estável"
para "positiva", o que mantém Portugal no rating "BB", ou
seja, no segundo nível de "lixo". Contudo a agência admite que
durante os próximos 12 meses poderá melhorar o "rating", caso se
"confirmem as perspectivas de crescimento do PIB, em conjunto com uma
redução do défice e desalavancagem do sector privado". A Standard &
Poor’s projecta um crescimento do PIB em cerca de 1,8% durante 2015 e
2016, que o défice orçamental deverá
descer 2,9% este ano e que a dívida
pública deverá recuar para 118% em 2014
e 113% em 2018.
Este
aumento da perspectiva do rating da dívida soberana deve-se, conforme já
avançado pela agência, às reformas implementadas nos anos mais recentes e ao
sucesso do programa de expansão monetária do BCE.
Contudo
esta revisão em alta está ensombrada pela situação vivida na Grécia, já que se
teme que os potencias efeitos negativos decorrentes da situação grega se
alastrem a outros países periféricos, como Portugal.
Esta
revisão em alta da Standard & Poor’s poderá ser um bom presságio para a
revisão que será feita, a 27 de Março, pela Fitch.
Até
2011, em Portugal, pouco se ouvira falar de rating da divida pública e,
portanto, muito poucos eram os que se preocupavam com as repercussões das
análises realizadas pelas agências de rating. A descida do rating soberano pela
Moddy’s, em julho do referido ano, à qual se seguiu a Fitch e a Standard &
Poor’s, foi o ponto de viragem, desencadeando a atenção da comunicação social e
tornando-se num dos assuntos mais comentados. A pouca importância dada às agências
e aos ratings que emitem justifica-se, em parte, pela sua influência não ser
considerada como relevante ou até mesmo algum descrédito no trabalho
desenvolvido pelas mesmas. Por esta altura, os títulos de dívida soberana
portuguesa eram classificados como Junk Bonds, o mesmo seria dizer que foi
desaconselhado o investimento, dada a elevada probabilidade de incumprimento.
Esta classificação de “lixo” da divida soberana portuguesa levou a uma maior
atenção para com o trabalho desenvolvido por estas agências. Pela primeira vez,
Portugal sentiu o poder das agências de rating, uma vez que a descida do rating
despoletou à subida das taxas de juros, obrigando a um reforço dos colaterais
nas dívidas contraídas externamente. A banca portuguesa, que à data encontrava-se
numa situação relativamente estabilizada após a minimização do problema gerado
pela crise de 2007, voltou a ver reduzida a sua liquidez junto dos mercados
externos. Depressa o país e as empresas portuguesas, tal como todo o povo
português compreendeu, da pior forma, o poder destas agências.
A
Standard & Poor’s elevou hoje, 20 de Março, a perspectiva
("outlook") do "rating" de Portugal de "estável"
para "positiva", o que mantém Portugal no rating "BB", ou
seja, no segundo nível de "lixo". Contudo a agência admite que
durante os próximos 12 meses poderá melhorar o "rating", caso se
"confirmem as perspectivas de crescimento do PIB, em conjunto com uma
redução do défice e desalavancagem do sector privado". A Standard &
Poor’s projecta um crescimento do PIB em cerca de 1,8% durante 2015 e
2016, que o défice orçamental deverá
descer 2,9% este ano e que a dívida
pública deverá recuar para 118% em 2014
e 113% em 2018.
Este
aumento da perspectiva do rating da dívida soberana deve-se, conforme já
avançado pela agência, às reformas implementadas nos anos mais recentes e ao
sucesso do programa de expansão monetária do BCE.
Contudo
esta revisão em alta está ensombrada pela situação vivida na Grécia, já que se
teme que os potencias efeitos negativos decorrentes da situação grega se
alastrem a outros países periféricos, como Portugal.
Esta
revisão em alta da Standard & Poor’s poderá ser um bom presságio para a
revisão que será feita, a 27 de Março, pela Fitch.