Antes de
mais convém explicar o que é a diplomacia económica. Segundo o IAPMEI, a
diplomacia económica tem como missão utilizar a influência diplomática e os
recursos existentes ao nível do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do
Ministério da Economia, no sentido de criar e explorar oportunidades para as
empresas e para a economia nacional, nomeadamente alavancando as exportações e a
internacionalização das empresas e promovendo a marca do seu país.
De entre os
exemplos de diplomacia económica podemos referir vários organismos, como:
- As embaixadas: as quais de forma lata têm como objetivo representar um país perante outro país;
- Os consolados: os quais de forma geral pretendem representar os particulares de um país noutro país;
- Os centros de informação: os quais prestam informações e consultoria sobre os diversos mercados, de que é exemplo, em Portugal, a AICEP;
- As missões comercias ou diplomáticas: que consistem numa viagem internacional, organizada pelo governo nacional ou local, realizada por oficiais do governo e empresários, com vista à exploração de oportunidades de negócios internacionais. Normalmente, os empresários têm oportunidade de contactar com outros empresários importantes, bem como com oficiais bem posicionados dos governos de outros países.
Se por um
lado é consensual que a distância entre países e as elevadas taxas de impostos
dos países de destino retraem o investimento, tendo os investidores preferência
por países mais ricos, mais próximos geograficamente e com maior poder de
compra. Por outro lado, o efeito da diplomacia económica nas exportações não tem
sido muito analisado, tornando-se importante clarificar em que medida o
investimento neste tipo de medidas incita o comércio (importações e
exportações) e a internacionalização das empresas.
Num estudo
realizado para a Holanda, verificou-se que a diplomacia económica influência
positivamente a entrada em novos mercados, desde que sejam países de rendas
médias (medida em função do PIB), tendo um impacto não significativo em países
de renda alta. Isto porque
é nos países com rendas menos elevadas que se verificam mais barreiras à
entrada, tendo nestes casos a diplomacia económica o importante papel de
aproximar as nações, quer seja através de contratos, memorandos de entendimento
ou cartas de intenção.
Num outro
estudo realizado para o Canadá, concluiu-se que as missões comerciais ou
diplomáticas têm um efeito ineficaz no aumento das relações comerciais,
contrariamente ao que se poderia pensar.
Em
Portugal, a diplomacia económica é ainda relativamente recente, apenas em 2004
e 2006 apareceu legislação que explica claramente modelos de “ação económica
externa”, pelo que o modelo de diplomacia a seguir em Portugal, elaborado em
meados de 2011 é ainda pouco conhecido.
Bibliografia:
Creusen, Horold; Lejour, Arjan (2012) “Market entry
and economic diplomacy” Applied Economics
Letters
Head, Keith; Ries, John (2010) “Do trade missions increase trade” Canadian Journal of Economics
Head, Keith; Ries, John (2010) “Do trade missions increase trade” Canadian Journal of Economics
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