sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Ética: um problema?

A internacionalização é um tema complexo, que obriga todos aqueles que se aventuram nela a sair da sua área de conforto e enfrentar vários desafios. Já abordamos esta questão, aqui no blog, alertando para algumas questões suscetíveis de planeamento. Nesta exposição abordaremos um obstáculo, que muitas vezes, aparece de surpresa! A ética! Sim, a ética!
Se está a pensar mas afinal qual a importância da ética para os negócios internacionais, lembre-se que irá estar em contato com culturas diferentes, com valores e formas de pensar diferentes!
Para começar, podemos definir ética como “padrões de comportamento determinados pela sociedade que estipulam como os seus membros devem atuar de uma forma moral” (Alon et al., 2012). Podemos, também definir ética empresarial como o “estudo das situações, atividades e decisões de negócios, onde os assuntos são vistos como certos ou errados”. Ou seja, o ponto fulcral da ética é a distinção entre o bem e o mal, contudo esta distinção nem sempre é fácil. Alon et al. (2012) destacam algumas questões que ajudam a refletir sobre a importância da ética: “De acordo com a cultura e o local onde nos encontramos, os padrões de comportamento aceitáveis mudam? Os valores são absolutos ou podem mudar ao longo do tempo com a geração ou a estrutura da gestão? Se variarem qual a ética que deve prevalecer? As práticas de responsabilidade social devem pressupor a existência de um conjunto universal de valores?” De facto o que é certo numa determinada cultura, nem sempre é certo nas outras.
A forma de lidar com esta temática é bastante atual e tem sido amplamente estudada. Assim, a literatura existente sugere três filosofias éticas para lidar com este problema:
· Relativismo Ético: usa a ética de acordo com o país de destino, criando valores próprios
para cada sociedade;
· Absolutismo Ético: independentemente do local recorrem sempre à mesma ética, a do país
de origem;
· Universalismo Ético: considera-se que há um conjunto de padrões de ética universal, aceites
em qualquer parte do mundo seja qual for a cultura;
Adicionalmente, é cada vez maior a preocupação por parte dos clientes e as pressões tanto de grupos, como os media, como de outras empresas sobre a ética empresarial.
Alguns dos problemas com que se deparam os gestores são a corrupção ou a espionagem industrial. Falemos da primeira, o raciocínio parece fácil, se a corrupção afeta a imagem evita-se, mas nem sempre é fácil, uma vez que a corrupção em alguns países é quase uma “prática comum” como se pode observar na imagem abaixo, alguns países com principal destaque para os países do continente africano e asiático apresentam um índice de perceção de corrupção bastante elevado.

Em alguns países os gestores são confrontados por membros oficiais para que lhes entreguem dinheiro de forma a puderem melhorar as suas relações nesses territórios, ou por forma a acelerar um processo de autorização. No entanto, caso fosse descoberto que determinada empresa praticou corrupção, não seria afetada nesse país, mas devido à elevada velocidade a que a informação circula nos meios de comunicação, facilmente chegaria a países onde a empresa também tenha negócios e onde tal ato não seja visto com bons olhos, denegrindo a sua imagem institucional. Como lidar com isto? Alguns autores defendem que se devem ter sempre presentes 3 regras: respeitar os direitos humanos básicos, respeitar a tradição local e por último examinar o contexto e decidir o que é correto ou incorreto!

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