segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Investir em mercados emergentes














A adesão de Portugal à União Europeia(UE) veio facilitar a circulação de pessoas, bens e capitais entre os países aderentes. Com a entrada em circulação da moeda única – o euro – as trocas comerciais na zona euro tornaram-se mais frequentes, em consequência por um lado da livre circulação e por outro da ausência de taxas de câmbio, que potenciou a expansão das empresas pelos mercados da zona euro.
Assim, segundo dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e do Banco de Portugal, o principal destino do investimento e das exportações Portuguesas é a Zona Euro. No entanto, estes mercados já maduros e política e economicamente estáveis são considerados também mercados saturados, onde o sucesso pode passar por investir em nichos de mercado.
No entanto, tem-se assistido a uma tendência para se investir em mercados emergentes onde se tem verificado um crescimento da população e do Produto Interno Bruto (PIB), tornando estes mercados bastante atractivos. Aliás, são mesmo, por muitos considerados, os “mercados da moda”. De acordo com um artigo publicado na Insider’s Perpective a China, o Brasil e a Índia serão as maiores economias em 2020, com um elevado crescimento da população e da riqueza do país, medido em função do PIB.
A crescente procura de mercados emergentes deve-se por um lado à saturação dos mercados mais maduros e por outro à liberalização destes mercados que estavam (e alguns ainda estão) associados a políticas bastante proteccionistas. Alguns estudos têm demostrado que investimentos localizados em mercados emergentes podem gerar mais retorno que investimentos localizados em países desenvolvidos.
Se, por um lado, o investimento em mercados emergentes proporciona elevadas taxas de retorno, por outro lado, os elevados riscos associados a estes investimentos não podem ser descorados. O risco político (e.g. expropriações) é um dos riscos que deve ser muito bem ponderado. Um artigo publicado no Journal of Applied Corporate Finance enuncia alguns exemplos, de entre os quais, a aquisição de mais de 60 empresas nacionais e estrangeiros pertencentes ao setor petrolífero anunciada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ou a criação de um plano para forçar as empresas de petróleo estrangeiras a aceitar contratos de serviços, em detrimento de acordos de participação nos lucros anunciado pelo presidente do Equador, Rafael Correa.
A forma como este risco pode ser considerado contabilisticamente dava outro post, no entanto de acordo com um artigo publicado no Journal of Applied Corporate Finance tipicamente os analistas costumam adicionar um prémio de incumprimento soberano (sovering default premium) à taxa utilizada para descontar o cash flow do investimento, por forma a salvaguardar possíveis alterações desfavoráveis decorrentes do ambiente de negócio de um determinado país. 

Sem comentários:

Enviar um comentário