Muito se fala e se tem falado de crise, mas afinal o que é a crise e como surgiu são as perguntas às quais muitos de nós não sabem responder exatamente e de forma simples, pelo que este é o propósito deste artigo. A palavra crise é de origem grega e significa rutura ou mudança brusca, são inúmeros os tipos de crise que o mundo tem assistido, desde a crise económica, da dívida soberana, do euro, do crédito hipotecário, etc. até à crise financeira, sendo esta última a que abordaremos nesta exposição.
A crise financeira é então uma situação de desvalorização repentina de um ativo ou de uma instituição. A crise financeira, que deu os seus primeiros sinais entre os anos de 2006 e 2007, não teve uma única causa mas sim um conjunto de causas interligadas entre si.
Uma das primeiras e principais causas foi a assunção de demasiados riscos por parte das instituições financeiras, esta assunção de riscos deveu-se:
- À subestimação do risco pelos modelos de risco;
- Aos testes feitos com base em condições demasiado otimistas;
- À cada vez menor transparência dos produtos financeiros, cujo risco inerente é difícil de quantificar;
- À confiança excessiva nas agências de notação de risco, onde o conflito de interesses é claro, já que são os avaliados que pagam pela notação.
Outra das causas foi a abundância de liquidez e taxas de juro baixas, o que levou inevitavelmente ao crescimento do crédito.
Várias foram as consequências que derivaram da assunção de demasiados riscos e da abundância de liquidez. Uma delas foi o colapso da bolha do imobiliário nos EUA, este colapso nada mais é que do que a tomada de consciência do elevado risco de crédito acompanhado pelo elevado incumprimento dos créditos hipotecários (sub-prime) - empréstimos que facilitavam o acesso à habitação para aqueles que não tinham as garantias necessárias e que se sustentavam na expectativa de aumento do preços dos bens imóveis. Por outro lado, a titularização- operação financeira que permite partilhar riscos-facilitou o contágio do sistema financeiro.
Esta situação criou um clima de desconfiança paralisando o mercado interbancário. Apesar de a crise se ter iniciado nos EUA, a Europa não ficou imune, em consequência da influência mundial dos EUA alastrando aos países ou blocos económicos com relações mais próximas, como foi o caso da UE. A contaminação da crise foi visível, na União Europeia, com a nacionalização do maior banco de crédito hipotecário do Reino Unido, o Northern Rock, em fevereiro de 2008.
A crise financeira de 2008 atingiria o seu auge aquando da falência do Lehman Brothers que provocou a destabilização do mercado financeiro. Foi ainda em 2008 que a crise até à data designada por crise financeira se torna também uma crise económica, com o PIB mundial a descer 0,6% e o PIB da UE a descer 4,1%, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
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