Numa semana em que a bolsa foi notícia
de destaque, pretendemos clarificar um dos conceitos mais associados ao mercado bolsista, os índices bolsistas nas suas várias tipologias.
Um índice bolsista nada mais é do que
uma média do preço das ações que o compõem. O valor numérico do índice
(expresso em pontos) não tem qualquer interpretação em si, contudo a sua
variação indica o sentido da evolução do mercado. Por exemplo, relativamente ao
PSI-20 (Portuguese Stock Index)
estipulou-se que o valor base seria 3.000 pontos.
Investir num índice é assim uma forma
de diversificação da carteira de investimentos, onde o desempenho do índice é
um bom indicador da tendência do mercado em que se inserem as empresas desse índice,
sendo que esse mercado pode ser uma indústria, um setor ou mercado bolsista de
um país.
Note-se que existe um índice para
quase todos os setores imagináveis da economia e do mercado de ações e portanto
não se limitam exclusivamente ao mercado bolsista de um país! De entre os
vários índices existentes, destacam-se alguns dos mais conhecidos:
· Dow Jones Industrials – composto
pelas 30 principais empresas industriais americanas;
· Nasdaq 100 – índice das empresas do setor das novas tecnologias,
negociadas em Nova Iorque;
· NYSE – Índice do mercado americano;
· FTSE-100 – índice do Finantial Times para o mercado britânico;
· Dax-30 – índice do mercado alemão;
· CAC-40 – índice do mercado francês;
· Ibex – índice do mercado espanhol;
· Mibtel – índice do mercado italiano;
· Nikkei – índice do mercado japonês;
· Bovespa – índice do mercado brasileiro;
· S&P-500 - índice do mercado americano com base
nas capitalizações de mercado de 500 grandes empresas listadas no NYSE e Nasdaq;
· Euronext 100 - índice representativo das empresas
mais capitalizadas e mais ativamente negociadas na Europa;
· PSI-20 – índice do mercado português.
Torna-se assim evidente a existência
de uma vasta tipologia de Índices, os quais de podem agrupar em:
- Índices Mundiais - incluem algumas das maiores empresas do mundo. Por exemplo, o índice MSCI World que avalia 1500 ações de cada mercado desenvolvido do mundo;
- Índices Nacionais - traduzem o desempenho da bolsa de um país específico. Por exemplo, o FTSE-100 representa as 100 maiores empresas do Reino Unido ou PSI-20 composto por ações das 20 maiores empresas de Portugal;
- Índices Setoriais – índices especializados, criados para rastrear o desempenho de indústrias ou setores. O Índice Morgan Stanley Biotech, por exemplo, é composto por empresas norte-americanas da indústria da biotecnologia;
Contudo existem outros índices que não
se sustentam em ações, mas que também afetam a economia. Alguns exemplos deste
tipo de índice são:
- Índices de divisas - avalia o valor de determinada moeda relativamente a divisas estrangeiras;
- Índice de commodities - avalia a evolução do preço de determinadas mercadorias como o petróleo, a resma de papel, o leite, o cobre e outros tipos de metais, a madeira, entre outros;
- Índices de sentimento – que é exemplo o Índice CBOE que avalia as expectativas da volatilidade de curto prazo. As medições derivam de preços de opções do S&P 500.
Os
preços dos índices são fixados conforme o método utilizado o seu apuramento. Face
à diversidade de métodos passíveis de utilização, torna-se essencial
distinguir-se os índices com base no método de cálculo:
- Índice de preço ponderado - o valor do índice é determinado somando o preço de cada título e dividindo pelo número total de títulos;
- Índices de capitalização ponderada - o valor do índice é determinado somando o preço de cada título, o qual é ponderado com base na sua capitalização no mercado, ou seja em que o peso de cada ação é ponderado pelo valor total de mercado das suas ações o que torna relevante a dimensão da empresa, e dividindo pelo número total de títulos. Um exemplo desta metodologia de apuramento de índice é o PSI-20;
- Índices compósitos - estes índices podem ser de preço ponderado ou de capitalização ponderada: o termo compósito refere-se meramente à forma como os conteúdos são obtidos.
Os
índices bolsistas não podem ser negociados diretamente, já que não configuram
em si um direito próprio, eles apenas facultam informação, logo não é possível
vender ou comprar parte do índice. O que realmente é possível negociar são os
derivados como os CFDs, futuros ou opções.
Um CFD (Contract
for Difference) é um produto derivado (i.e. que varia em função do índice
bolsista), que consiste num acordo de troca da diferença de valor acumulado de
um ativo desde o momento do início do contrato até ao seu fecho. Assim, quando
se investe num CFD nunca se detém o ativo subjacente, beneficiando-se apenas da
evolução do valor do ativo alocado.
Um futuro é um contrato em que o titular se
compromete a comprar um determinado ativo numa data futura a um preço acordado.
Uma opção confere, ao titular, o direito de comprar um
determinado ativo por um preço determinado, numa determinada data estipulada,
comprometendo-se o vendedor efetuar a transação independentemente do valor de
mercado do ativo à data acordada.
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