segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Crise: conceito e origem


Muito se fala e se tem falado de crise, mas afinal o que é a crise e como surgiu são as perguntas às quais muitos de nós não sabem responder exatamente e de forma simples, pelo que este é o propósito deste artigo. A palavra crise é de origem grega e significa rutura ou mudança brusca, são inúmeros os tipos de crise que o mundo tem assistido, desde a crise económica, da dívida soberana, do euro, do crédito hipotecário, etc. até à crise financeira, sendo esta última a que abordaremos nesta exposição.
A crise financeira é então uma situação de desvalorização repentina de um ativo ou de uma instituição. A crise financeira, que deu os seus primeiros sinais entre os anos de 2006 e 2007, não teve uma única causa mas sim um conjunto de causas interligadas entre si.
Uma das primeiras e principais causas foi a assunção de demasiados riscos por parte das instituições financeiras, esta assunção de riscos deveu-se:
  • À subestimação do risco pelos modelos de risco;
  • Aos testes feitos com base em condições demasiado otimistas;
  • À cada vez menor transparência dos produtos financeiros, cujo risco inerente é difícil de quantificar;
  • À confiança excessiva nas agências de notação de risco, onde o conflito de interesses é claro, já que são os avaliados que pagam pela notação.
Outra das causas foi a abundância de liquidez e taxas de juro baixas, o que levou inevitavelmente ao crescimento do crédito.
Várias foram as consequências que derivaram da assunção de demasiados riscos e da abundância de liquidez. Uma delas foi o colapso da bolha do imobiliário nos EUA, este colapso nada mais é que do que a tomada de consciência do elevado risco de crédito acompanhado pelo elevado incumprimento dos créditos hipotecários (sub-prime) - empréstimos que facilitavam o acesso à habitação para aqueles que não tinham as garantias necessárias e que se sustentavam na expectativa de aumento do preços dos bens imóveis. Por outro lado, a titularização- operação financeira que permite partilhar riscos-facilitou o contágio do sistema financeiro.
Esta situação criou um clima de desconfiança paralisando o mercado interbancário. Apesar de a crise se ter iniciado nos EUA, a Europa não ficou imune, em consequência da influência mundial dos EUA alastrando aos países ou blocos económicos com relações mais próximas, como foi o caso da UE. A contaminação da crise foi visível, na União Europeia, com a nacionalização do maior banco de crédito hipotecário do Reino Unido, o Northern Rock, em fevereiro de 2008.
A crise financeira de 2008 atingiria o seu auge aquando da falência do Lehman Brothers que provocou a destabilização do mercado financeiro. Foi ainda em 2008 que a crise até à data designada por crise financeira se torna também uma crise económica, com o PIB mundial a descer 0,6% e o PIB da UE a descer 4,1%, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

sábado, 20 de dezembro de 2014

Internacionalização: como se preparar?


A intensificação da concorrência tem tornado o mercado doméstico demasiado pequeno para que uma empresa possa crescer. A procura de mercados além-fronteiras surge como uma solução na persecução de uma estratégia de expansão. No entanto são muitos os desafios e riscos inerentes a esta decisão. É necessária uma análise ao nível da empresa e dos recursos disponíveis, que terá como objetivo último perceber-se se existem, de facto, capacidades para se iniciar um processo de internacionalização. Deverão, ainda, ser ponderadas várias questões às quais um processo de internacionalização deverá responder. São elas:
Porquê? – Levantamento das motivações e barreiras a encontrar.
As barreiras podem ser muitas desde logísticas, financeiras, questões culturais do país de destino (onde se pretende marcar presença) e respetiva adaptação, a língua …
O que oferecer? - Que produtos (bens ou serviços) oferecer. Aqui é importante salientar a necessidade de se conhecer bem o mercado (e.g costumes, hábitos de consumo) onde se tenciona entrar, uma vez que pode ser necessário adaptar os produtos ao novo mercado;
Como? - De que forma entrar no mercado? Exportações direta? Através de um parceiro? Criação de uma filial? Dependendo das características do mercado, dos recursos da empresa e do objetivo final a forma de entrada mais adequada pode variar;
Onde? - Para que mercado? De facto a escolha do mercado é bastante importante na medida em que pode facilitar ou dificultar o processo. Por exemplo, o mais comum nas empresas que começam a dar os primeiros passos na internacionalização é recorrerem a exportações diretas para o nosso país vizinho, Espanha, por várias razões: a distância é bastante curta, a relação com o país é boa, a cultura é semelhante, pertence ao mesmo bloco económico (UE), o que se traduz numa redução da incerteza. O mesmo não aconteceria se o mercado escolhido fosse por exemplo a Argentina, onde as políticas de protecionismo que o país adotou dificultam a entrada e instalação de filiais provenientes de países que não pertençam ao mesmo bloco comercial, neste caso o MERCOSUL. 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Crédito a particulares vs a dívida pública em Portugal



O crédito ganha expressão em Portugal na década de noventa como consequência da desregulamentação do sistema bancário nacional e da descida das taxas de juro. Simultaneamente, as instituições bancárias deixaram de ter exclusividade na concessão de crédito a particulares, surgindo outras instituições, hoje vulgarmente conhecidas como financeiras que vieram facilitar, o acesso ao crédito. Se até meados dos anos 90 os portugueses apresentavam um baixo nível de endividamento, depressa esse cenário se alterou. O maior consumo, fruto do desenvolvimento e modernização da sociedade, levou à necessidade de financiamento. Assim, a maior facilidade no acesso ao crédito veio possibilitar melhorar o conforto e a qualidade de vida, ao permitir satisfazer as necessidades pessoais e sociais.
Mas não se pense que este aumento do crédito se sucedeu apenas do lado dos particulares, o Estado português como representante do país seguiu a mesma tendência e fez crescer a sua dívida. No entanto, a tendência crescente do crédito dos particulares tem-se alterado desde 2011, devido às maiores exigências impostas pelas instituições de crédito, como consequência do elevado número de incumprimentos que derivou da facilidade de acesso ao crédito. Já do lado da dívida pública não se verifica um abrandamento do seu crescimento, muito pelo contrário, desde 2010 que o crescimento é bastante mais acentuado que em anos anteriores.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Como avaliar a satisfação dos clientes

Uma das principais preocupações das empresas, atualmente, é (ou deve ser) a satisfação dos seus clientes. Contudo a avaliação da satisfação do cliente nem sempre é fácil uma vez que são vários os fatores influenciadores. Assim sendo, e face aos vários modelos de satisfação do cliente existentes, podemos considerar que para a determinação do índice de satisfação do cliente contribuem positivamente as seguintes variáveis:
  • Imagem - aquilo que a marca/produto deixa transparecer;
  • Expectativas – o que o consumidor pensava da marca/produto antes de o consumir;
  • Qualidade percebida – face à experiencia que o consumidor tem com a marca/produto qual é a opinião;
  • Valor apercebido – a valorização que o consumidor faz do preço e qualidade;
  • Satisfação – a satisfação global do consumidor face à marca/produto;
  • Reclamações – a opinião do consumidor relativamente ao tratamento e resolução de reclamações;
  • Lealdade – verifica a intenção do consumidor permanecer cliente.

Ora, quando os objetivos de vendas não são atingidos várias podem ser as justificações, sendo uma delas, provavelmente a insatisfação do cliente. Assim torna-se importante identificar qual o aspeto que está a condicionar a satisfação, por forma a se puder atuar de forma exata.